sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

sextante!


Seus olhos percorriam as ondas com experiência de um homem do mar, as lágrimas correram porque as ondas lembraram os carinhos dela, a experiência era de homem do mar, não de amante, o amante não tinha nenhuma sensibilidade nem experiência, o amante não tinha nada, nem ela.
Pelo sextante seus olhos se estendiam e viam o mar horizontal, o sol vertical, mas não viam o sorriso dela, branco dental, gosto de menta.
Como afogar nessa imensidão de águas o que lhe vinha no peito, nos olhos, na boca, nas mãos, no gosto? de dentifrício... de menta?
O vento soprou e inchou as velas, lembraram o coração inflado de quando a conheceu... cheio, barulhento, gritento, violento, amoroso... frágil.
Mudava o rumo a cada nova lufada, quem sabe pra onde?
Pra China. Pro Cabo da Boa Esperança. Austrália. Suez.
Sua Boca.
A minha.
Cordas em mãos hábeis, cabelos nas inábeis, timão nas hábeis, seios nas inábeis.
O mar sem-fim, curto demais pra fugir dela.
O sol na cara, os olhos nas ondas.
Ela no pensamento.
No mar sem fim.




Luiz wood

Um comentário:

  1. ... "O mar sem-fim, curto demais pra fugir dela."...

    Só você poeta, prá falar de um amor tão grande... Lindo !!!!

    Te adoro

    Beijos

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