quarta-feira, 31 de março de 2010

...mar,é o que são!


eram mar...
ela céu escuro, ele abismo!
em comum tinham o infinito, tinham a imensidão e as mãos ansiosas!
tinham a lua a iluminar o alto e a profunda.
eram mar...um oceano quase!
assim se amavam, entre cores, canções, xitas e viés, assim se amavam.
Foram crianças de olhos brilhantes,de seres de mata forte, de companheiros em estradas de barro e pisaduras de terra!
eram mar...um oceano todo de lonjuras grandes...
amor jurado e lua ninando...travesseiros de não querer acordar,assim se amavam!
eram mar...são oceanos!
céu escuro e abismo!
assim se amam.
mar,é o que são!

Luiz wood

segunda-feira, 22 de março de 2010

era corredor, era assoalho, era pé descalço!


de par em par, ela foi abrindo as janelas, correu em assoalhos de tanto brilho, seus pés descaços arrancavam sons lindos dos assoalhos.., pés descalços e amores!
era corredor, era assoalho, era pé descalço..., mas sobretudo era amor!
o sol foi entrando pela casa, uma passagem de janelas abertas e o sol foi entrando...invadindo!
foi tanto amor naquela tarde que caímos no chão...de pura emoção e brilho...
foram tantas janelas que quase vi seus cabelos e gritos....te amo!
amor de janela aberta...te amo!
amor de corredor e assoalho...te amo!
fomos humanos e fomos tão lindos...apenas humanos!
de par em par, ela foi abrindo as janelas...longas janelas!

Luiz wood

quarta-feira, 17 de março de 2010

...fala-me de amor!


Já não me bastava mais o fracasso de homem, tão cansado e inútil solidão de caminho longo, tão longo....feito pensamento de desejos.
Jã não me bastava estar sem o refúgio que desabou de tanto cansaço, casa velha, desabitada de seres e entes, apenas de anos que ainda há por se viver.
O tempo perdido em divagações e ninguem lá...
A porta fechada, boca faminta e trancada, fechada às minhas costas curvadas...ah! mil cruzes de peso e solidão...ah! porta trancada.
Pensamentos e voos altos...esperanças e o olhar resoluto, enfim nasceram os anos...tanto cansaço provoco em ti...
É penoso, não tens o que dizer...
fala-me de amor!
Deixe que os que amam...falem de ti, amor
Deixe que os que enxergam...vejam em ti! Amor

Luiz wood

segunda-feira, 15 de março de 2010

...falta argila!


dois olhos num canto da sala...eu olho e não encontro, não consigo ver!
uma tela em branco, um jogo por terminar, falta o sôpro, falta vida...falta argila, escultura inacabada!
tela em branco, onde encontrar a côr? onde ver a luz? falta olho, visão e querer!
vidros quebrados, as vidraças estão embaçadas...frio lá fora, mais ainda aqui dentro..como aquecer as mãos sujas de tintas, manchadas de preto e cinza?..falta a cor, falta argila, escultura inacabada!
a órbita do sol está tão longe, tão longe...
astronauta de barro, falta argila, escultura inacabada!
e o amor, feito o sol, fora de órbita!
amor de argila,faltou...não terminamos a escultura!

Luiz wood

sábado, 13 de março de 2010

...metáforas aladas!


...borboletas são poemas..de estranhas canetas...de metaforas aladas, de sonhos e preces...
voam e pousam...loucas e pensativas...loucas e pensamentos..
léguas voadas, telhados pousados, vento feito aragens...borboletas e luz!
asas multi-cores e olhos claros...boca de galope, loucura entregue ao mundo, borboletas e cicuta! loucuras e asas, lembranças e borboletas.
metaforas aladas!

Luiz wood

sexta-feira, 12 de março de 2010

...nosso corredor estreito!


...se fosse apenas um corredor,
estreito, penumbrento, estreito....passamos quase nos tocando, paredes nas nossas costas, e o desejo ali, na nossa frente!
!boca, ah quero a sua..!
!boca, ah quer a minha...!
em que rua tem esse corredor? na Italia, Londres, Conchichina, aqui? onde anda esse corredor, estreito e penumbrento?
nos seus olhos, ele fica nos seus olhos, famintos e olhos, apenas seus olhos, tão famintos e meus...olhos de querer corredores!
!mão, ah toquei a sua...!
!mão, ah tocou a minha...!
a minha mais atrevida, mão de levantar vestido, o seu vestido, pele branca e minha, no corredor...
seu cheiro e o meu cheiro....que mistura insana!
a nossa mistura...num corredor estreito!

Luiz wood

terça-feira, 9 de março de 2010

...amor que não tem fim!


louvando você, cantigas e rezas!
E a lua no céu, tão linda assim desmanchada, cantadora, ave trinada no céu que não tem fim!
o lenço em aceno clamando o adeus que nunca mais se foi...em flor me despeço e juro a volta, você ficou...virei te buscar, juro pelo Nosso Senhor aos pés do cruzeiro alumiado nos altos, volto e te busco....mulher!
amor que não tem fim esse nosso, amor tão branco e lindo, parece sol...dói os olhos de se olhar, parece a lua, tão linda de espiar...te juro, eu volto!
bebo água na sua cacimba, não quero outra fonte...quero teu cheiro que fica lá, naquela cacimbinha por detrás da casinha...onde você se banha! somente lá quero beber, na água do seu banhar...mulher!te juro,eu volto!
o chã res...onde pisam seu pés eu hei de voltar a minha pisada, teu rastro e pegada, volto pelo mesmo caminho, tua pisada e estrada, volto por ela...te juro!
me espere assim...jurando o amor que não tem fim!

Luiz wood

domingo, 7 de março de 2010

...teu homem chegou!


No caminho que seguia o ouro, agora caminha o couro...êêê boi.
vai boi...êêê booooiiii...
clareia estrada e curva, saudade e chuva, capoeira e o som da gente,
êêê boi...segue o couro do ouro...êêê boi, no lombo do boi, na veia do boi,
clareia sol, lumia lua, escurece cantador...êêê boi...
vou comprar o seu vestido novo, tão chita, tão cor, vou buscar pra você um vestido novo, tão vermelho, feito a sua boca...
êêê boi....hoje nós vamos pra festa do boi...
estou chegando da lida, seja perfume e cor, hoje seremos a festa...
êêê boi...meu amor me espera...
êêê boi...
teu homem chegou da lida, com um vestido novo.
teu homem chegou...

Luiz wood