segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

...teus olhos,oceanos!!


Quando você me olha assim..com esses olhos de oceanos sem fim, eu mergulho!
E trago nas mãos algas, conchas...ou estrelas!
Trago nas mãos douradas do mar que mergulhei. Seus olhos de mar! Olhos de fogo claro!
Mergulho fundo só pra trazer nas mãos douradas esse mar todo que afoga os meus sentidos...esse mar todo!
Me debato no fundo, sem a menor vontade de voltar à tona...
Na tona apenas o outono me espera!
Apenas pessoas caminham!
Se algo há de dourado na tona, não são os seus olhos de oceanos!
É verde esse mar que me debato,todo verde à minha volta. Embora me doa esse verde todo...é ali que quero ficar agora.Nesses olhos de oceanos verdes, de fogo e dourado!
Nesse mar de piratas,madrepérolas, tesouros e sereias...Nesse mar quero ficar!
Então...quando saio pra areia, sacudo com as mãos a roupa branca....estendo a mão e pego...uma alga...ou a estrela que caiu do céu...e foi parar no fundo desse mar!
Quando estou sentado na areia e vejo você chegar..te digo: Bom dia, boa tarde ou boa noite...não importa...se você chegar.
Te convido a sentar do meu lado e conversar durante horas coisas inuteis e deliciosas!
Mas quando você me olha novamente, o mar se abre, feito boca...
E eu, mergulho novamente nesses oceanos verdes de mar...
Pra te trazer nas mãos douradas...uma alga..uma sereia..ou uma estrela que caiu do céu!

Luiz wood

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

...não pare!


Foi tanto céu, meus olhos se encheram de estrelas e eu estava tão cego....
não pude ver nada além de você, não via as pessoas se chegarem e me dizerem:
- A estrada é longa, você não pode parar por conta de dois olhos verdes...deve continuar!
Eram as estrelas que me cegaram quando eu olhei o céu de tantas estrelas....
Um caminho todo lá na frente e eu parado.
Amanhã seguirei, talvez vá sozinho se você tiver mêdo, eu vou só...mas vou...vou olhar os céus tão repletos de estrelas...
Preciso ouvir as vozes que me dizem:
- Continue, não pare por conta de dois olhos verdes....você deve continuar!
Eu me vou ouvindo o blues ou não....
Eu me vou sozinho ou não....
Eu vou pelo meu caminho!
Vou encontrar lá na frente dois olhos que me verão por inteiro. Eu vou....
Eu vou!
Não quero mais as vozes que me dizem:
- Continue, não pare...nem por dois olhos verdes!

Luiz wood

domingo, 19 de dezembro de 2010

...te dizer!


Não tenho mais nada a te dizer...
Já te falei dos sonhos que me levam longe, me trazem pra mais perto de você, que me acordam no meio da noite dizendo seu nome!
Te contei já das coisas que trago nas mãos e, feito um mágico, as transformo na sua frente, só pra que acredite nas minhas mãos e no que elas te dão...
Dos voos sobre o seu jardim, te falei de como são belos quando, pela manhã te observo a colher flores e com cuidado, as colocar, uma à uma, numa cesta que você traz no peito!
Ja te contei tantas coisas...tantas!
Que se um dia eu me calar, ou não tiver mais nada pra te dizer, você saberá que tudo o que havia a ser dito...já foi!
Inclusive já te falei do meu amor, lembra?
Foi no dia que te olhei e quase chorei de emoção....

Luiz wood

sábado, 18 de dezembro de 2010

...te vi parada!


Eu te vi parada!
Na faixa que se estende da areia até o mar! Faixa estreita!
Você estava lá, parada, com as mãos enfiadas nos bolsos...escondemdo o frio que vinha com o vento...
O vento fazia seus cabelos voarem e fustigavam seu rosto, o mesmo rosto que não olha pro meu...
Você estava parada,olhando o mar, as ondas, o céu lá longe...tão longe!
Eu não me aproximei! Te olhava de longe...
Era um dia tão frio, você parada,mãos nos bolsos, cabelos voando e o vento castigando o seu rosto, que não olha mais pra mim...
Eu te vi parada e não me aproximei!
Não sei de onde vinha o frio que impedia de me aproximar!
Não sei se vinha do vento...
Não sei se vinha de você...
Não sei!

Luiz wood

...era uma vez, nuvens!


Uma vez eu estive no país do 'era uma vez"...foi uma vez mais apenas...
Não sei ao certo onde fica, ou mesmo se fica em algum canto, sei que estive e basta , por hora, você saber que estive.
Mais uma vez você vai me chamar de exagerado.
Saiba, eu não sou. Sou exato nos meus sentimentos. Que culpa tenho eu se sinto demais?
Cheguei andando com minhas próprias pernas....com minhas próprias dores...
Não...nós os poetas não sofremos por amar não!
Ontem uma amiga minha me disse que nós os poetas sofremos por amor...
Mentira!!!
Sofremos pelas pessoas que não conseguem amar, é diferente!
Se estive no país do "era uma vez", estive inteiro...
vivi histórias, assim mesmo com H...histórias de verdade!
Vi anjos de pernas dobradas, como o Caio na beira do rio Guaíba!
Vi nuvens camelos, girafas e elefantes...zoológico louco esse de nuvens!
Vi a estrada de Pessoa, que existia por existir Eros e Psique...
Vi o mar de Neruda, o amor de Frida, as cores de Diego...eu vi!
Vi o amor nos meus olhos refletidos nos seus!
Vi a sua indiferença cegando os meus!
Mas eu vivi...ah, eu vivi no país do "era uma vez"!
Enquanto eu te amei...eu vivi! E isso,meu amor, é verdadeiro!
Nem você me tira esse viver! Eu vivi! e basta!
Se hoje sofro, não sofro por ter amado você!
Sofro porque você não soube amar!
Desperdiçou o amor....

Luiz wood

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

...bem vinda!


Quando você chegar, quero estar na porta...na minha porta te esperando!
Te receber como quem recebe um presente inesperado...uma garoa fresca num dia quente de verão!
Um sorriso caíria bem nessa hora...
Você sorrira porque chegou...eu sorrirei porque chegou!
E, nossas bocas serão felizes pelo resto do dia... da noite...madrugada adentro!
sorridentes como crianças travessas.
Quando você chegar, abrirei todas as minhas portas, até aquelas que nem eu mesmo sei que tenho...elas estarão escancaradas pra você e sua chegada!
Seja bem vinda!
Entre pela minha porta adentro...seja bem vinda!

Luiz wood

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

...eu fui!


De vez em quando vou à algum lugar!
Eu fui me perdendo pela cidade, andei sem procurar encontrar coisa alguma! Andar por andar...andar por andar!
Fumando alguns cigarros, colhendo historias, saudando pessoas que não conheci, bebendo estrelas e paixões...andar por andar!
Foi dia de chorar a mulher amada. de sorrir o novo amor!
Vi as cores de Madrid,todas elas, e eram lindas!
Eu fui, de vez em quando vou à algum lugar!
Em busca de um amor, seguindo as lagrimas pela mulher amada...
Eu fui, apenas fui....
De vez em quando vou à algum lugar!
Não sei se foi hoje ou em outro dia qualquer....te encontrei!
Mesmo assim..eu fui!
Fui a algum lugar, de vez em quando eu faço isso...
Eu vou, eu fui!

Luiz wood

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

...Te vi!


Te vi
entre jardins,
nas ruas que percorri!
Te vi
nas luzes que acendem a minh’alma,
entre pessoas apressadas!
Te vi,
na cidade tão vazia,
nas lagrimas que choraste sozinha!
Te vi,
nos poemas que escrevi,
nas vidas que vivi!
Te vi,
simplesmente te vi,
Trazia um vestido,
uma flor e um amor,
e eu, simplesmente,
te vi....te vi..te vi...
Eu não queria nada,
e te vi...
Eu não queria nada,
e te vi...te vi..te vi....

Luiz wood

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

...vê a estrela vermelha?


Constelações foram feitas pra se caminhar, passos lentos por entre estrelas e sóis porvir...
Astros vagabundos que me seduzem e me jogam por terra...de emoção, pura emoção!
Era noite e olhávamos as estrelas.
Quis te mostrar a única estrela vermelha no céu, apontar direto pra ela e te dizer:
-Vê a estrela vermelha?
Na verdade Marte,planeta vermelho e agurrido guerreiro, lindo..vermelho e lindo...a estrela vermelha que apontei pra você no céu:
-Vê a estrela vermelha?
-É tua se quiser! Quer?
Te dei como quem possui um universo todo apenas por te possuir, você que é um universo todo em minhas mãos...
Não...foi sonho, não te dei...
Não deu tempo!
Não tivemos tempo!
Mas é sua se quiser..
-Vê a estrela vermelha?
-É tua se quiser! Quer?

Luiz wood

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

....apenas dois olhos!


Apenas dois olhos..
olham e não enxergam...navegam e não aportam....vazios!
Apenas dois olhos e um espelho...
é vazio o espelho que não reflete...é vazio o olhar que olha o espelho...
nada...nada por detrás do espelho...apenas a visão cega...
Apenas dois olhos...
e nada veem...cegos!
caminhe,
caminhe,
caminhe,
nada mais resta por detrás do espelho...
apenas caminhe,
caminhe,
caminhe....

Luiz wood

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

...ofegante!




Não,
eu não gosto das suas mãos apenas por segurarem as minhas,
eu gosto das suas mãos, porque sem elas,
as minhas não fazem o menor sentido!
Não gosto da sua boca apenas porque beija a minha,
sem teu gosto, não tenho paladar, sou mudo e sem canção!
Não tenho saudade do teu corpo, apenas quando ele está colado ao meu,
sinto falta dele quando me veste, quando me alucina e é a minha própria pele.
Dos teus olhos, quase nem sinto falta de eles me despirem,
mas me falta o ar quando não os olho, sou cego sem eles, falta luz!
Se você não voltar, eu sei que não vou morrer,
mas nada, nunca mais, será igual..será vazio, oco, será nada!
Sem você, nada precisa ser...
Vou apenas continuar respirando,
ainda que ofegante!

Luiz wood

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

...uma menina tão linda!


Houve um tempo, quando éramos jovens, que nada existia além de você....
uma menina que sorria com os olhos...quase céu os seus olhos!
sei que você ainda não me conhecia...mas eu te olhava tanto!
te via assim...num sonho meu...mesmo quando acordava...tudo era sonho...quando te via!
Um dia te vi na chuva...você era a chuva....de verão...quente, confortavel, forte..quase furia...mas doce! feito chuva que cai no verão....
Noutro, você foi a lua...brilhante, encanto puro...lunaticamente querendo te ver!
Louco , lunatico....teu!
Uma vez, seus olhos apenas passaram por mim...no outro lado do patio....você me olhou e sorriu...
Nunca mais fui o mesmo...
Você sorriu pra mim....
Agora você é minha história...
meu querer de vida toda!

Luiz wood

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

...um mundo que coubesse em suas mãos!


Era apenas um homem...
às vezes sonhou em ser um pássaro...queria voar!
apenas deslizar nuvens...apenas ser nuvens...
foi chuva quando ela caiu tão leve e molhou seus cabelos,
te viu brincar de braços abertos...bebendo a chuva,bebendo o homem que queria ser chuva! pés descalços...brincando na chuva..
quis ser vento, passear nos seus cabelos...tão vento...tão cabelos..
soltos, seus cabelos brincam com o vento...quase ternura...quase amor, brincam de vento e cabelos..
foi céu, infinito dançar de céu e azul, o céu tem a cor do seu vestido..tão lindo esvoaçar...tão lindo vestido azul de sonhar..
Era apenas um homem...
que à vezes sonhava em ser um mundo todo...
que coubesse em suas mãos!

Luiz wood

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

...hoje acordei saudade!!!


Hoje eu acordei saudade...
a lua me acordou dizendo que o seu amor foi um delirio meu...jamais poderia imaginar!
Hoje o sol não me quis por companhia...hoje eu não fui dia, como posso a noite iluminar?
Nem a saudade, nem a lua, nem o sol...hoje não fui companhia!
Hoje fui apenas o passado!
Pus estrelas no seu lugar, joguei a saudade no escuro...e por maldade, você não apareceu!
Hoje acordei saudade...
antes que o dia te acordasse, sai e vaguei...pelas ruas da saudade...desabei na tempestade...antes que o dia te acordasse!
Hoje acordei saudade...

Luiz wood

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

....tim-tim!


mais um drink ao sol...
mais um drink ao que ja se foi...
brindemos ao coração exausto de tanto amar, a coragem que ainda temos de amar...
menina não chore mais, ainda amamos, ainda cantamos, ainda caminhamos!
sei que nem sempre é fácil....mas quem disse que o amor é facil? ninguém...
menina, se você não chorar...eu também não choro...quer sorrir comigo?
quer brindar comigo? tim-tim....viva o sol...a vida....os passos...tim-tim á nós!
não...não chore....
o amor se foi, mas vai voltar...sei que vai....
tim-tim ao amor que um dia voltará...tim-tim!

Luiz wood

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

...do lado de lá!


...um dia a mais!
o sol já nasceu do lado de lá, é lá que meu coração vai bater, pulsar, gritar com a gente...
coisas sem jeito, sem palavras novas, sentimental...ando sentimental, ando um cara assim...tão sentimental, com essas coisas sem jeito!
coisas que me assolam o peito, me pulam na garganta, quero gritar...teimar..insistir...
-Quero o seu colo!
um dia a mais e seremos amanhã...como não?
seremos, eu e você..seremos amanhã...um mundo novo!
venha, seja meu par nessa dança!
venha, seja a criança da ciranda...do anel de vidro!
apenas um dia a mais!
o sol já nasceu do lado de lá, é lá que o meu coração vai bater...
é do lado de lá que o seu está...é lá que seu coração mora!
lá...onde nasce o sol!
pelas bandas de lá!



Luiz wood

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

...era uma vez, tantas mãos!!


Era uma vez um homem...
Era uma vez uma mulher...
Um encontro numa rua qualquer, num país qualquer em qualquer cidade!
Poderia ser Tokio,Dublin ou qualquer outra, na verdade, isso pouco importa!
O que realmente importa são as mãos...as dele e as dela.
Mãos são importantes nessa história.
As mãos dele percorriam o corpo dela.
As dela, permitiam e pediam mais das dele!
As mãos dele sabiam cada pedaço do corpo dela.
As dela, lhe ensinava os atalhos!
As mãos dele queriam...
As dela, pediam...
Eram mãos de amantes, mãos de quem se ama e sabe o real valor delas, das mãos!
Depois de exaustos deixavam-se simplesmente serem percorridos pelas mãos, quase num gesto de pura paz! a paz dos lençois...
Então, essa história deveria ter outro começo!
Era uma vez as mãos de um homem...
Era uma vez as mãos de uma mulher...


Luiz wood

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

...brincadeira de adultos!


Você me dizia que não era amor, embora eu insistisse e te afirmar: sim, eu te amo!
Usava uma réguinha só sua para medir os sentimentos.
Pior, não media os seus, media os meus! Abusada!
Mas justamente e também por ser abusada é que te amei,não..estou mentindo, é por isso que te amo! Assim mesmo, conjugado no presente!
Eu sei, não precisa repetir...você acha que é uma brincadeira de adultos, uma paixãozinha qualquer, uma alegria passageira!
Mas isso é o que você acha! Esse é o ponto: você acha demais!
Mas quem sabe você tenha razão: uma brincadeira de adultos.
Sendo assim,ou não sei brincar, ou não sou adulto.
Pra continuar te amando, eu inventei uma verdade, a minha verdade...e fui brincar lá no pátio!
Fui brincar de te amar, na minha verdade inventada...
Na brincadeira de adultos!
Como quem conta até dez...e vai se esconder!

Luiz woo
d

sábado, 14 de agosto de 2010

....amor, mar!


Quando pôs suas mãos em conchas, e as trouxe pra perto do ouvido, ouviu o silêncio do seu amor.
Quase ondas batendo contra pedras,silêncio gritado!
Era assim que sentia o amor, feito o mar, feito o sol do mar, feito o vento do mar.
Não sabia amar de outra forma que não fosse na forma de mar.
Assim quis ama-la...
Assim deu seu amor...
como um mar...
mas ela quis apenas lago!

Luiz wood

...nossas coisas em comum!


Algumas coisas tínhamos em comum.
O mesmo sorriso talvez, sorriso de quem cometeu um delito, cúmplices...mas não era um sorriso que sempre surgia dos lábios, as vezes sorríamos com olhos e mãos!
O andar, quando estávamos juntos, andávamos como quem não tem pressa nem lugar de chegar.Apenas caminhávamos, distraídos, passos lentos...passos de uma manhã ensolarada.
Vez por outra, surgiam pensamentos iguais,e nossas bocas falavam juntas...isso era quase corriqueiro, mas provocava nosso riso, de prazer e espanto.
Tínhamos em comum a distância do olhar, horizonte de sonhos e planos, a mesma direção no olhar.
Eram tantas coisas em comum que não sabíamos mais quem éramos, nos confundíamos em nós, acho que, no fundo, fomos nós...um só!
A boca, nossas bocas eram iguais....na língua, no morder...no querer provar, beber!
Tínhamos a vida em comum...a nossa vida!

Luiz wood

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

...enquanto você não chega!


Fui um tolo em pensar que a noite passaria sem você.
Ainda é noite....enquanto você não chega.
Ainda é noite.
Como pude pensar assim...se você é sol...é luz...é dia?
Fui um tolo em pensar que as horas se contariam sem você.
Não passam...enquanto você não chega. Tempo estático.
O meu relógio parece apenas ter o ponteiro dos segundos...
lento!
Fui um tolo em pensar que a minha vida seria a mesma sem você.
Ainda vivo....em passos lentos...enquanto você não chega.
Sobrevivo.
Vida à toa...enquanto você não chega...sem você....
me falta o ar!

Luiz wood

segunda-feira, 26 de julho de 2010

teu colo...e tantas flores!


Houveram noites em que o vento se fazia notar entre as arvores. Eram noites frias e violentas.
Com medo, eu sentava-me no teu colo e ignorava que nele, no seu colo, cresciam flores cultivadas pelas solidões do deserto. E você me olhava. Plácida como um pastor que guarda mais que rebanhos,guarda segredos dos campos.
Vê como estou largado no seu colo? Sou de novo menino que quer apenas ser embalado no seu colo até dormir, até sonhar.
Você me puxava pra dentro do teu colo, onde a nossa solidão gritava mais forte.
E quando o dia clareava e preenchia os seus olhos, você me sorria com a calma dos dias de inverno. O seu amor era estações...na primavera, os passaros pousavam nos seus olhos.
Eu levantei-me do seu colo e fui até onde as mãos tangem os ventos, como quem tange o gado. E na minha boca, o verbo existiu, como teu nome, como tua carne, como uma gramatica louca de loucos verbos.
Mas perdi o teu rosto.
Não sei se foi na latitude ou no pulsar das pedras à beira do córrego...não sei. Sabes?
E, se não fosse pouco, eu diria que flores nasceram do seu colo!

Luiz wood

...Hoje seremos manhã!


Hoje seremos apenas manhã...
uma manhã suave e brisenta...acalentadora, dessas manhãs cheias de saudades, repletas de travos na boca...saudades do que ainda nem chegou!
Ontem fomos o dia,...até que a noite chegasse!
Mas hoje, seremos apenas manhã...com essa saudade toda!
Ontem...fui dia, com medo da saudade...hoje não...hoje quero a saudade da manhã!
Do caminhar no sol, do calor gostoso das manhãs, do simplesmente viver...
Ontem fomos dia.
Hoje seremos manhã...
Amanhã...seremos uma vida toda!

Luiz wood

sábado, 24 de julho de 2010

...um banco no jardim!


Hoje eu vou lá no jardim,construir um banco!
Terá que ser um banco largo, não muito comprido, o suficiente para duas pessoas.
A madeira será retirada de alguns dos meus sonhos que desmoronaram, esses sonhos serão a base do banco.
Acho que colocarei nele algumas almofadas coloridas, eu mesmo vou faze-las de retalhos, cerzidos um a um, com paciência, cada ponto um afago, um carinho, um beijo, um olhar trocado. Serão almofadas confortáveis, daquelas que colocamos no colo,antevendo o abraço.
Vou pedir à chuva que não as molhe. Nada de lágrimas, serão almofadas de sorrisos apenas.
Em volta do meu banco vou plantar grama macia para pisar nela sempre descalço. Assim quando o meu pé procurar o seu, não haverá nada entre eles, nem mesmo uma meia listrada, apenas nossos pés descalços...
Hoje vou lá no jardim, construir um banco!
Amanhã vou te chamar...e pedir que sente aqui comigo!

Luiz wood

domingo, 11 de julho de 2010

...é verdade


É verdade, minhas mãos estão vazias.
O meu olhar, vago.
A minha boca, silênciosa!
Sinto tanta falta do vento no meu rosto...
Tantos passos no caminho oposto, às vezes, olhavamos pra trás e nunca mais nos enxergamos!
É verdade, me sinto tão só.
Tão só, tanto tempo, tantas histórias e me sinto tão só!
Eu irei só, as mãos nos bolsos e a saudade de você à me incomodar, uma canção nos lábios...a lembrança nos olhos, tão só!
É verdade, vou continuar cantando...
que pena, você não vai ouvir...
nem eu!

Luiz wood

terça-feira, 6 de julho de 2010

tinha uma luz azulada, quase lua...


Ela me chamava de sol, e era quase lua. Tinha uma luz quase que azulada. e me chamava de sol.
eu quase não à percebi, mas ela estava lá, paciente como a lua...quase azulada. suas mãos eram brancas, muito brancas, dedos compridos, como os dedos de quem toca piano. e ela me acenava, e me chamava de sol. quando enfim percebi, saí do meu quarto escuro, fui pra rua, atendendo o seu chamado. ela me chamava de sol. ela era quase lua! de uma forma sútil foi me seduzindo cada dia mais com suas mão brancas, seus dedos longos que me acenavam e me seduziam. me tirou do lugar escuro em que eu estava. me trouxe para a rua. me disse que me amava. que me queria pra ela. que precisava de brilho. ela me chamava de sol, e ela era quase lua. tinha uma luz azulada. e o quarto escuro, deixou de me possuir. era um quarto de Allan Poe. escuro. e ela me trouxe pra rua. me acenou com suas mão brancas. me chamava de sol. e ela era quase lua...tinha uma luz azulada...era quase lua! agora que me acenou e eu atendi ao seu chamado, estamos ambos sol e quase azulados.....quase lua. estamos sol. e ela ainda me chama....sol!
"...e a minha alma para fora dessa sombra...que flutua sobre o chão...não se levantará...NUNCA MAIS ...." (O CORVO - Edgar Allan Poe )

Luiz wood

...venha noite...


Oi noite!
podemos conversar?
tenho tanto à te contar,
tanto pra você saber,
tenho tanto de você noite,
que quase somos um só,
eu e você, noite!
venha, sente-se aqui,
temos a mesa,
temos a bebida,
temos tanto e tanto,
mas não temos paz,
nem temos paz...e paz!
só a paz da noite,
mas sente-se,
quero beber você,
taça enorme e cheia de estrelas,
e de ventos....
ventos noturnos!
venha noite,
vamos brindar ao novo Deus,
os homens acabaram de inventar um novo Deus,
ele é azul, às vezes,
noutras, vermelho,
vermelho, o novo Deus é vermelho,
como os meus olhos,
e você, noite, não tem olhos,
mas mesmo assim,
me enxerga tanto!
venha noite,
vamos beber e brindar,
tim tim....à nossa loucura.
ao novo Deus vermelho,
meu Deus!!!! inventaram um Deus vermelho....
um Deus de plástico, e mudo,
e vermelho!
venha noite....
sente-se aqui,
hoje seremos só nós dois,
ela se foi embora...
ela foi embora, noite,
ela se foi e estamos sós, noite,
eu e você!


Luiz wood

sábado, 3 de julho de 2010

dedos mágicos!


Ele tem por volta de uns oito ou nove anos.
É um menino franzino, ossudo,pernas compridas e cabelos despenteados...sempre!
Daqui da minha janela o vejo sempre na rua, correndo, empinando pipas coloridas, jogando taco, enfim....tudo o que um menino comum faz. Tudo o que eu fazia. Tudo o que os outros fazem.
Mas esse menino tem algo de especial.
Ele sonha com as mãos!
Dizem que os italianos falam com as mãos, da mesma forma ele sonha e viaja nos seus sonhos com as mãos.
Eu o observo sentado de costas contra o muro, joelhos levantados (ossudos), cotovelos (ossudos) apoiados nos joelhos. E com a ponta dos dedos ele desenha no ar seus sonhos.
Pra mim foi uma surpresa quando percebi que conseguia "ler" esses sonhos, é algo como entender o que um estrangeiro esta dizendo sem nunca ter estudado a sua lingua. A primeira vez percebi claramente que ele desenhava um carrinho de rolimã, grande...daqueles que tem dois eixos, três rolimãs e correm bastante. Percebi que ele havia projetado um breque...depois com as mãos feito um aceno de adeus, apagou. É preciso correr riscos ou a aventura não tem a menor graça. Afinal, nós homens, guardamos nossas cicratizes infantis como prova de que um dia fomos meninos.
Depois disso acompanhei vários projetos seus.
Uma casa com um sotão e um telescópio, até as estrelas e planetas ele projetou.Nessa noite o céu estava lindo, parecia um céu novo!
Um estádio de futebol inteirinho...com dois times, juízes, torcida...foi uma partida emocionante, ganhamos de 8x0.
Em outra feita foi um avião, daqueles antiguinhos que vemos em filmes e desenhos animados, sem cabine e até o cachecol em volta do pescoço ele desenhou com os seus dedos, era uma tarde fria!
Semana passada ele estava mais concentrado que nunca, cenho franzido, expressão atenta, dedos cuidadosos no desenho...corrigiu várias vezes.
Era um barco.
Não uma caravela nem um transatlântico! Um barco a remo, desses simplezinhos...a remo!
De madeira com dois remos fortes e leves.
Os remos ele corrigiu várias vezes, precisavam estar adaptados aos seus pequenos braços (ossudos).
Em seguida desenhou o mar!
Tubarões, baleias, sereias, estrelas do mar, tritões enfim, a população inteira de um mar de menino.
Algumas ilhas com coqueiros, mapas rabiscados....
Seus dedos não paravam e eu encantado acompanhando a trajetória toda, vendo um sonho nascer...uma viajem sendo planejada e morrendo de inveja.
Quando terminou,olhou pro alto, pra minha janela e sorriu como a me dizer que sabia das minhas leituras dos seus desenhos.
Cúmplices!
Essa semana ele sumiu.
Estão todos preocupados,pais, amigos, parentes.
Menos eu.
Sei que foi atrás de um tesouro, num mar incrivel.
Quando ele voltar, vai me contar suas aventuras.
Com seus dedos (ossudos).

Luiz wood

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A OSTRA


Deveria ser umas 3 horas da manhã,madrugada, esse momento parece ser daqueles em que a madrugada não se conta pelas horas, o tempo parece suspenso,o dia com medo de começar!
Devo adiantar que o lugar era estranho, um viela dessas escuras e totalmente formada por bares esfumaçados. Esperava que a qualquer momento Bogart em pessoa virasse a esquina, conspirador, cigarro acesso, à caminho do aeroporto que o levasse pra longe do Marrocos.
Risos,mulheres quase nuas, bebados falantes e cantantes, estranho povo habitando a viela,o que sem dúvida me atraia cada vez mais. Embora não fizesse a mínima idéia do que fazia ali, simplesmente não conseguia ir embora, mesmo que quisesse, o que não era o caso.
Fiquei!
Neons vermelhos, amarelos, azuis, verdes....os nomes anunciados eu não me lembro,mas procurava, procurava, procurava...até que finalmente encontrei.
A entrada era estreita com uma longa escada, que só de olhar a preguiça se manifestava, a única luz que servia de orientação vinha do neon, azul piscante zunindo como abelha no prenuncio de hora por outra...apagar definitivamente!
"A OSTRA", nome estranho e curioso pra um bar,pensei subindo a escada infinita de tão longa. Finalmente entrei no bar propriamente dito, vermelho, a única cor que lá existia era o vermelho....
Sentei-me no balcão e pedi alguma coisa pra beber, fazendo hora até descobrir o que fazia ali, whiski barato, forte, sem gelo do jeito que eu gosto.
Meus olhos procuravam em todas as mesas e não encontrava sei lá o que ou quem, mas tinha, precisava tentar saber o que fazia ali naquele bar sujo e pequeno.
O blues que tocava era decente, o que me animou a tomar outra dose, blues embala...
Nas mesas nada havia o que me fizesse saber de algo, foi quando eu vi...
Lá estava eu, sentado na outra ponta do balcão, bebida na mão, tamborilando com os dedos um velho blues que tocava na vitrola.
Nossos olhares se encontraram e, surpresos rimos.
Finalmente haviamos encontrado a resposta, a busca terminara, era o fim...
Coisas como essas é que fazem um cara se dar um tiro na cabeça!

Luiz wood

sábado, 26 de junho de 2010

...feche os olhos!


feche os olhos!
vou te contar agora, o que nunca disse antes.
-Eu te amo!
Sei que você já me ouviu dizer isso à você, mas hoje é diferente, hoje estou levando meu coração de volta!
Hoje é o dia de dizer isso à você, pra que nunca mais se esqueça...é diferente, é só hoje que eu direi: Eu te amo!
Amanhã talvez seja demasiado tarde,
talvez o dia acabe, talvez a chuva desabe ou nos perderemos na multidão, quem sabe?
Amanhã, talvez não haja tempo, um trem partindo, um porto vazio, talvez não haja tempo!
vou então dizer hoje:
-Eu te amo!
nunca disse isso à você, não dessa forma, não assim, na despedida.
-Eu te amo!
feche os olhos!

Luiz wood

sexta-feira, 25 de junho de 2010

...amo seu vestido


O vestido dela era tão lindo, eu não conseguia parar de olha-lo, não conseguia parar de olha-lo, não conseguia...
Tinha tantas cores, um céu todo de cores, um sol sorrindo, uma lua encantada, era tão lindo, eu não conseguia parar de olha-lo, não conseguia parar de olha-lo, não conseguia...
Parecia cantar, tecido com musica, bordado em acordes, dedilhado com carinho no vestir, tão lindo, eu não conseguia parar de olha-lo, não conseguia parar de olha-lo, não conseguia...
O vestido dela sorria, jogava a cabeça pra tras e sorria, gargalhava apontando seu dedo na minha direção, tão lindo, e eu não consiguia parar de olha-lo, não conseguia parar de olha-lo, não conseguia...
Era quase um beijo de amor, abraçava, encantava, tão lindo, eu não conseguia parar de olha-lo, não conseguia parar de olha-lo, não conseguia...
não conseguia...saudades!
amo seu vestido...

Luiz wood

quinta-feira, 24 de junho de 2010

....começou poesia!


começou poesia, domingo e sol,
caricia,desejo e abrigo!
começou luz acesa, riso largo,sem medo,
volta, porta aberta e urgência!
começou sua voz, lágrima feliz e festa,
vestido lindo, sanidade e resistência!
começou sem escuro, vento e pé descalço,
sem pressa,vontades,tuas e minhas!
terminou silêncio, sombra e agonia,
fado, tango e...vazia!

Luiz wood

segunda-feira, 21 de junho de 2010

...astronauta só!


céu escuro...milhares,milhões de estrelas e nenhuma tem seu rosto...
astronauta só...
sou um astronauta vagando pelo espaço vazio e só...nenhuma tem seu rosto, nenhuma!
frio aqui...velocidade de luz, as estrelas passam velozmente e minha mente não enxerga....a tela esta vazia de você...sem tintas, sem cores, sem você!
apenas uma tela em branco...onde você anda? qual a cor?...restam cores tão cinzas..não resta mais nada...apenas as estrelas, mas nenhuma tem seu rosto!
astronauta só!
nenhum pedido, nenhum...embora as astrelas estejam aqui..nenhum pedido!
nenhuma tem seu rosto...tantas estrelas!
astronauta só!
apenas as estrelas, o espaço e a tela vazia!
e nada disso tem seu rosto!
astronauta só!

Luiz wood

segunda-feira, 14 de junho de 2010

....rosa!


...era a rosa,
um amor tão grande,
uma lâmina,tão afiada,
...era a rosa,
o nosso amor uma fome,
uma estrada e vamos,
...era a rosa,
um céu tão todo,
uma esperança tão nada,
...era a rosa,
uma alma com medo,
um dormir e não sonhar,
...era a rosa,
e somos nós,
tão sementes!

Luiz wood

domingo, 13 de junho de 2010

....o velho All!


Era noite ainda...
saímos andando, eu e o velho All nos pés, apenas nós e mais a noite.
na alma um velho blue e Janis, cantarolar espantava o frio, além das mãos nos bolsos, claro!
na estação o trem estava atrasado, sozinhos eu e o velho All nos pés...tanta liberdade e blues! ainda não sabia que liberdade é apenas uma palavra pra tudo o que se quer...um garoto de 15 anos ainda não sabe dessas coisas...eu ainda não sabia!
mas sabia da liberdade quando o trem chegou...pude finalmente dormir, o balançar do vagão dançava um blues...adormeci assim, embalado pelo blues do vagão...feliz e livre!
cidade estranha,névoa por toda parte...respirei fundo,acordei num dia de liberdade!
ainda não sabia que liberdade é uma cidade nova...ainda não sabia de muitas coisas...mas sabia de meus cabelos compridos...de blues e de mãos nos bolsos!
um cigarro...um sorriso...meus cabelos compridos e o velho All, nos pés!
a liberdade somos nós...eu e o velho All!
disso nós sabemos...eu e o garoto de 15 anos!
e o velho All....claro!

Luiz wood

...junho, é frio!


Os meses de junho são assim mesmo...frios!
Talvez por isso mesmo ele estava ali,em pé, esfregando as mãos num gesto absurdo mas eficaz....vez por outra, assoprava as mãos..gesto absurdo e ineficaz....apenas psicológico...apenas!
-Vai continuar ai deitado? - perguntou-me
-Vou! - respondi lacônico e sorridente, não queria conversa, não queria sair, não queria nada...apenas estar deitado.
-Absurdo! - virou-se e saiu!...não sem antes bater a porta.
O sorriso não desejado ainda não havia abandonado a boca, sorriso estático,quase uma cicatriz...
Machadianamente mantive-me ali, deitado, sorriso mantido apenas por falta de vontade de desfaze-lo....no frio, os meses de junho são assim mesmo...frios!
A porta batida ficara aberta, por ela entrou...em silêncio, absurdamente silenciosa, eu nem à vi...
Quando vi, ela estava ali...em pé...na minha frente,me olhando curiosa.
-É o poeta!
supôs
-É a morte!
supus.


Luiz wood

terça-feira, 8 de junho de 2010

....pensei!


Eu pensei que você teria todas as respostas!
que enfim, acalmaria meu coração exausto...que me faria descansar em um amor finalmente,ah! cama linda e generosa!
Eu pensei que talvez houvesse uma canção!
em alguma primavera perdida a flor fosse finalmente encontrada...
Eu pensei..
eu pensei que haveriam gestos, que haveriam afagos, e que nossas lágrimas fossem tão quentes, que nos aqueceriam na noites tristes...porque elas haveriam de vir...com certeza!
Eu pensei que talvez, enfim, o mundo fosse nosso, de cores quentes e gritadoras.
Mas as respostas não vieram...vieram os "mas"...
estes vieram e não se foram!
Fiquei sem as respostas...as nossas respostas!
mas eu apenas pensei!

Luiz wood

sábado, 29 de maio de 2010

...um cheiro de saudades!


...as mãos rasgavam couve...lá na lenha o feijão demoradamente aguardava a hora do seu destino! saborosamente na panela que já foi chão...hoje é panela!
lá fora o barulho da lida, pés e mãos ocupados...o dia, na faina labutada!
o tratar dos bichos...o aguar das plantas...e a vida seguindo em carro-de-boi..
...as mãos rasgavam couve...e a vida seguindo lá fora...seu homem já já estará aqui...cansado e faminto da lida...
um beijo, um carinho, um olhar...seu homem já já estará aqui...
...as mãos rasgando a couve....e no fogão....
um cheiro de saudades!

Luiz wood

terça-feira, 25 de maio de 2010

medo de criança ainda!


todos as noites...
-bença pai!...
-bença mãe!
-Deus te abençoe e proteja!
...e noite!
dormir em paz com as bençãos e os cuidados tantos, de amores e proteção...
-bença pai!...
-bença mãe!...
imagens trazidas do oratório lhe custavam o sono...imagens tristes de venturosos santos ardentes em velas...joelhos doloridos e mãos postas...santos tristonhos e sós! tão sós! tão santos!
vago medo de imagens! criaturas lhe povoavam...vago medo! na noite vaga! o dia tão longe ainda nos seus olhos de menino ainda!
lá fora, noite imensa, cá dentro, a cama lhe pesa o corpo num somo demorado e vagaroso! lá fora, mula escoicienta e desprovida de cabeça, moleque negrume e perneta, cá dentro...santos tristes! ah...que vontade de sair noite afora!
um dia irá pra longe, pra um lugar com assombrações outras...medos outros!
irá...um dia!
uma noite...sem bençãos, sem santos, sem criaturas...medos outros!
-bença mãe!
-bença pai!
-Deus te abençoe e proteja!
Tudo o mais é puro alvoroço...

Luiz wood

sexta-feira, 14 de maio de 2010

...por outro lado!


não, eu não perguntei se voltaria...
medo do... -jamais!
ainda há uma silhueta tua na cama, parece ainda que não se foi, que a pergunta não foi feita, nem a resposta dada... - jamais!
por outro lado...há restos de você,promessas de você...e o pecado original ainda guardado.
Pedaços de promessas, sobras de perdão e a pergunta...ah! medo da resposta.. -jamais!
vi na porta o seu vulto envolto em luz, santa pecadora, vai voltar...
...simplesmente sonhei!

Luiz wood

quinta-feira, 13 de maio de 2010

...quando for manhã!


a manhã é onde é um rio,onde as pedras se assentam e criam musgo, isso é a manhã, um buraco sem fundo, nem eira, nem beira...na beira do abismo!
a manhã, é o dia que antecede, é o dia que acontece, é o dia de fazer, de ser, de nunca mais amanhã num dia de manhã...nunca mais! quase noite...nenhum sentido!
nada mais faz sentido quando é de manhã.
é desejo na manhã que entra pela janela rasgando a madrugada...pela manhã sem sentido,
vamos ficar na cama mesmo...
hoje não quero acordar, quero estar com você, na cama, na eira, na beira do precipício do nosso amor! quando for manhã...

Luiz wood

terça-feira, 11 de maio de 2010

...alvoroço em meu coração!


basta fechar os olhos,
e nada mais existe, além do seu andar...alvoroço em meu coração, inveja desse chão!
passos, livres que a tragam, presos que a levem, caminhos de desejos...
basta fechar os olhos,
e vejo imagens do dia porvir, se você não vem...o dia não surge, nada existe sem o seu andar, ouço seus passos em qualquer lugar envolto em emoção...ah! seu andar...alvoroço em meu coração! inveja desse chão!
basta fechar os olhos,
e sentir o perfume do seus passos,de posse, do sol que nunca se apaga, rio que não seca...desejo de amar, seus passos sorriem e fazem do dia a dia um véu de luz,de flores de te ver passar...seu andar! inveja desse chão!
alvoroço em meu coração!

Luiz wood

quarta-feira, 5 de maio de 2010

...destons! não atendeu....


Esta na cara,
dos faróis distantes...
dos fatos ausentes...
das mãos suspensas!
Se todo som tem um eco,minhas silabas estão caladas, andam perdidas nas calçadas, vozes mudas, vozes caladas...
Se todo tom tem um despertar que destoa, minhas cores estão gritantes, apesar de divididas, eu não as perdi,...elas sobrevivem, sobreviverão...apesar dos destons causados!
Desnudei, desnudo...só pra quem quer ver, pra quem deseja enxergar minhas cores e dores....elas vão junto com amores, apenas pra rimar...destoam...
Destoou?
quem sabe?
Deveria ter atendido a minha solidão...
não atendeu...
destoou!

Luiz wood

quinta-feira, 29 de abril de 2010

....deusa dos sem deuses!


ontem! a dor foi a minha mais fiel companheira...
hoje ela está aqui...ainda, agachada ao meu lado,cotidiana, presente,intrusa...
ela me faz gestos,acaricia minha cabeça! é um espasmo...chega a doer,corta e range! fantasma arrastando correntes...selvagem longe das arvores!
se é a dor de Deus, dou-te adeus dor...não te quero, nem Deus , nem dor! sem adeus, sem dor,sem serás,sem talvez...ou nunca mais dor!
dor sem Deus...inútil viagem!
fera selvagem...longe das árvores!
vai-te maldita, não te quero aqui....nem lá...
não te quero!
dor...deusa dos ateus!
dos sem deuses!

Luiz wood

quarta-feira, 28 de abril de 2010

...eu gosto!


Gosto dos que caminham comigo, e gosto também dos que não caminham...
a liberdade é do que gosto mais..de caminhar ou não...de estarmos de mãos dadas,é do que gosto mais...
Gosto do sol, do calor e das janelas abertas, e gosto da lua...do vento frio e de fechar as janelas e me aconchegar nos seus braços...gosto do seus braços!
Gosto muito de ser feliz e de caminhar.
Eu gosto da poesia de da lua...eu gosto do sol e do calor dos teus braços...me lembram o sol!
Seus braços são o sol da manhã...são também o sol da tarde e do finzinho da tarde..na perfeição de Deus,seus braços são o que de mais perfeito é possivel na criação...
Gosto de olhar ao longe...gosto que quando olho perto...vejo você ao meu lado...eu gosto!
E quando estamos no mesmo caminho...gosto de caminhar,e quando estamos em outro...eu gosto...vou te encontrar...eu gosto de te encontrar!
Gosto de tantas coisas...
Gosto de ser feliz!
Gosto de cantar...
mas é de você que gosto mais!

Luiz wood

quarta-feira, 7 de abril de 2010

...tanta pedra!


léguas e léguas sôbre as folhas e uma imensidão se estendendo à frente...léguas e léguas!
amanhece entre a terra e o mundo, amanhece e resta uma luz tímida e mole, é como sair do sono...tímida e mole! acorda terra!
léguas e somos estrada, eu e você...léguas e léguas, geografia descontrolada, palmilhada estrada a fora, noite adentro...falando de amor entre erros de português, estranha sintaxe...descontrolada geografia, nunca mais errei o caminho do seu coração! nunca mais...
numa pontinha escondida lá de longe, uma corzinha assim meio pálida desponta,basta uma distração,um correr de olhos e lá está ela...vermelha...raiando um dia todo de vermelho e azul de Nossa Senhora.
léguas e léguas sobrê as folhas e acordei aqui,
em cima de uma pedra!

Luiz wood

terça-feira, 6 de abril de 2010

...na veia!


era só saudade na veia!
da boca vermelha, do vestido vermelho, da sua festa...
cheiro,imagem e som do seu corpo que incendeia...na veia!
essa saudade judia, é como ver o sol numa cela, preso...vou cantar, marcar, incendiar o sol...na veia!
mais forte que o sol é o seu corpo,o seu vestido novo, seus pés e mãos agitados e coração....na veia!
deixa eu ver tu...no branco dos olhos agora vermelhos...me deixa ver tu...
eu vou cantar...deixa eu ver tu...na tua festa...
cheiro bom no teu corpo...feito o sol,incendeia!
na veia amor, na veia...

Luiz wood

domingo, 4 de abril de 2010

Sebastiano!


é festivo o sol que queima, uma festa de luz que queima de tanto se ver!
era rei da terra de sol festivo, um rei descalço, quando muito uma alpercata vez por outra. mas era rei da terra do sol,seca e rachada mas sua terra.
um cavalo magro digno de Rocinante,montaria de Jorge e lua.
do alto de sua sela rota avista seus domínios de mandacaru e aridez e sorri! é o que lhe resta,o sorriso!
qual Dom Sebastião ha de retornar da morte e redimir.
seu reino será restaurado, a terra verdejará, e a água voltará, se assim permitir o nosso Senhor.
barro no lugar da poeira, chuva pra molhar o calor, e o verde que bem te quero...
e junto com a chuva, sua dona voltará também! então será rei de fato, em pleno domínio e luz...
é festivo o sol que queima,
e sua dona voltará!
do alto da sua sela rota, teve essa visão...qual Sebastião!

Luiz wood

quarta-feira, 31 de março de 2010

...mar,é o que são!


eram mar...
ela céu escuro, ele abismo!
em comum tinham o infinito, tinham a imensidão e as mãos ansiosas!
tinham a lua a iluminar o alto e a profunda.
eram mar...um oceano quase!
assim se amavam, entre cores, canções, xitas e viés, assim se amavam.
Foram crianças de olhos brilhantes,de seres de mata forte, de companheiros em estradas de barro e pisaduras de terra!
eram mar...um oceano todo de lonjuras grandes...
amor jurado e lua ninando...travesseiros de não querer acordar,assim se amavam!
eram mar...são oceanos!
céu escuro e abismo!
assim se amam.
mar,é o que são!

Luiz wood

segunda-feira, 22 de março de 2010

era corredor, era assoalho, era pé descalço!


de par em par, ela foi abrindo as janelas, correu em assoalhos de tanto brilho, seus pés descaços arrancavam sons lindos dos assoalhos.., pés descalços e amores!
era corredor, era assoalho, era pé descalço..., mas sobretudo era amor!
o sol foi entrando pela casa, uma passagem de janelas abertas e o sol foi entrando...invadindo!
foi tanto amor naquela tarde que caímos no chão...de pura emoção e brilho...
foram tantas janelas que quase vi seus cabelos e gritos....te amo!
amor de janela aberta...te amo!
amor de corredor e assoalho...te amo!
fomos humanos e fomos tão lindos...apenas humanos!
de par em par, ela foi abrindo as janelas...longas janelas!

Luiz wood