sábado, 30 de junho de 2012


Sonhei contigo...
as tuas mãos ainda na minha nuca,
acariciavam no compasso da nossa música.
Nossos pés se tocavam ansiosos...
....e você sorria!
A noite tinha tanta lua,
e as escuras nos beijamos!
Te sonhei e me basta,
...só me falta o teu calor,
Já tenho o teu silêncio...!

Luiz wood

Eu tenho me fechado,
como as janelas tristes, quando você não passa,
como os olhos que não encontram o espelho de te ver....
Mas quando tu voltares, me abrirei...
tal como a flor diante do jardineiro,
como a chuva, que saúda o sol todos os dias...e vive por ele!
Nalgum lugar encontrarei o seu gesto,
tocando sutilmente o meu olhar,
misteriosamente colhendo o meu viver!
Mãos tão pequenas,
ninguém tem mãos pequenas quanto as suas,
nem mesmo a rosa...
nem mesmo ela...
E serão elas...as tuas mãos pequenas,
que me farão abrir...
pra você!

Luiz wood

quinta-feira, 28 de junho de 2012


A minha bagagem é o teu corpo,
vou me perdendo na viagem entre os teus dedos,
até que chegue a madrugada
e eu me perca nos teus segredos.

Tão mar as tuas pernas,
tão céu os teus bosques,
de rios molhada...
cantando e dançando nos teus vales.

E, sem bagagem alguma,
teu corpo se torna a lua da minha língua,
faço fogueiras e canto,
são estradas as tuas pernas nuas.

Vou te beijar meu amor...
eu juro, vou te beijar!
sem mapas...
sem bagagens...

Luiz wood

domingo, 24 de junho de 2012



cante um blues em mim,
um blues lento e preto,
essa voz me apavora,
é o lamento do blues....
um suspiro...andamento lento....
cante um blues no meu ouvido,
minha carne estremece,
meu sangue flui no solo da guitarra,
grita essa gaita louca,
assola-me o seu blues...
cante baby..
cante um blues em mim...
um blues bem lento..preto...
as lagrimas tem um tom menor,
minha pele me dilui...
nosso suspiro é melancolia..
canta baby..
cante um blues em mim...

Luiz wood

sábado, 9 de junho de 2012



Havia um homem que habitava um desses lugarzinhos no meio do nada.
Diziam que era uma cidade, uma cidadezinha de nome estranho, de casas pequenas, ruas estreitas e de terra....
Todos os dias esse homem olhava pela janela logo que o dia amanhecia, esfregava os olhos espantando o sono e tentado ajustá-los a luz do dia, olhos velhos e cansados sempre necessitam de ajustes. Então ele esfregava os olhos como as crianças costumam fazer...fechava o punho e o girava, suavemente nos olhos....Velhos e crianças precisam de ajustes de luz no olhos... Creio que seja a necessidade de olhos inocentes.
Apoiado no batente da janela poderia saber num instante como seria o dia.
Olhava pro alto da serra, se nuvens houvesse a chuva cairia forte...no mínimo um vento terral, daqueles que começam suaves e terminam violentos. Quando desviava seu olhar para o rio, se as aves voassem rasteiras nas águas tinha certeza que lá os peixes estavam nos seus afazeres de peixe...lentos..preguiçosos...acordados eternamente...Porem se voassem alto os pássaros, nenhum peixe haveria para se pescar...mas eles estariam tão lindos em vôos rasantes, tão lindos.
Mas havia um segredo que esse velho homem não compartilhava.
A verdadeira razão que olhava todas as manhãs pela janela é que esperava que ela voltasse pelo caminho de terra...
Um dia ela se fora.
Agora ele a espera, olhando pela janela....todas as manhãs.
As nuvens no alto da serra, os pássaros, os peixes preguiçosos eram apenas uma desculpa que dava ao seu coração esperançoso.
Uma manhã como outra qualquer, ele a viu subindo a rua de terra, seus olhos velhos mal podiam enxergá-la, mas seu coração sabia que era ela...um vestido branco, um jeito indolente de andar e a cor da pele tonteadeira.
Calmamente ele fechou a janela, preparou um café fresco e sentou-se na mesa e esperou que ela entrasse.
Ela abriu a porta, sentou à mesa e encheu a sua caneca de café fresco, cheiroso.
Sem nenhuma palavra ela sorriu.
Sem nenhuma palavra, sorriram.

Luiz wood

sexta-feira, 8 de junho de 2012





Gasto muitas palavras amando você.
Tentando te arrancar de dentro dos meus olhos, feito um cisco que incomoda e incomoda. Quero gritar pra que se vá....não consigo.
Você está presa na minha garganta, um engasgo que me incomoda e incomoda.
Então te faço versos e gasto muitas palavras te amando.
Noite dessas passadas, dormi ao seu lado. Dormi feliz, estava ao seu lado. Mas quando acordei estava eu na beira de um abismo. Dormi em você, acordei na queda...
Quando abro as minhas asas, voando pela noite adentro, te chamo pra passearmos juntos, voando pela noite, asas abertas dentro da noite, eu e você... Quem voa...voa melhor à noite...
Gasto muitas palavras amando você.
Preciso que tu me dispas das palavras, dos versos que te faço.
Dispa-me da poesia, dispa-me do medo, dispa-me de você.
Dispa-me senhora...Dispa-me!

Luiz wood

quinta-feira, 7 de junho de 2012



Eu me pergunto quem tu és nas horas vazias e vagas que meu pensamento anda solto.
E apenas me resta estar só comigo, andar a vagar pelo quarto em silêncio em quase oração...em quase devoção.
Atravesso os nossos silêncios, atravesso as nossas gritarias vãs e solitárias, e te busco, sem te encontrar.
Te busco nas gavetas esquecidas, nos vãos percorridos tantas e tantas vezes, te busco numa paisagem esquecida, quem nem sei se um dia cheguei a ver.
Eu me pergunto quem tu és.
Que corpo é esse que nunca abandona os meus desejos e solidão?
Eu me pergunto: Quem tu és afinal?
Apenas sonhos dessas minhas horas inexatas?
Um livro qualquer lido pelo meio?...uma história inacabada!
Mas tu és real, ao menos dentro de mim tu és real...
O que faz de ti mais sonho e sonhadora ainda.
Quem tu és?
Tu és a mulher que habita as minhas horas vazias, vagas e, cruelmente exatas!

Luiz wood

domingo, 3 de junho de 2012


E foi exatamente assim,
como poderíamos esperar,
da forma que eu sabia que seria.
Uma história tão curta,
um tempo que passou.
Ainda ontem seu vestido estava jogado no quarto,
o seu sorriso espalhado na minha memória,
nosso nome no espelho embaçado,
e seus cabelos molhados....
E eu, não consigo esquecer,
eu não consigo....
Eu não quero esquecer,
eu não quero...

Luiz wood

sábado, 2 de junho de 2012


Deixe a musica começar...
você pode me esconder nas sombras do seu coração,
ou pode, simplesmente me beijar!
Eu estou aqui ansioso por enxergar por trás da porta fechada,
sabendo que, emocionalmente, ainda sou teu...
Deixe a musica começar...
talvez seja apenas um sonho ruim difícil de acordar,
não quero acreditar que é por você que estou vivendo.
Isso seria não deixar a minha vida acontecer,
sabendo que, emocionalmente, ainda sou teu...
Deixe a musica começar...
sempre sei onde estou, mesmo quando em terras estrangeiras,
sei dos passos que caminho, mesmo de cabeça baixa.
E da chuva que cai molhando meu calçado de lona...
sabendo que, emocionalmente, ainda sou teu...
Deixe a musica começar...


Luiz wood


Lembro de você nas horas loucas
nesse amanhecer do dia, que se anuncia quente,
quando a lua da vida jogada faz brilhar seus cabelos,
no mergulho na sua boca insana de carne vermelha.
Vejo você quando te bebo, esvazio a taça linda e me embriago de você.
quando na noite embriagada de faço poemas de amor, e os declamo,
louco alucinado no meu vicio de te amar.
Calo de você quando te beijo e mordo sua boca,
e as minhas mãos te procuram ansiosas e te encontram...
Tentar te esquecer e sonhar é vão,
tenho a pele entranhada do seu cheiro e gosto,
no delírio de quem te beijou...
Quando eu finjo te esquecer ...a minha boca lembra,
ela lembra..coração!

Luiz wood

Você pode se imaginar ser criança pra sempre?
sem medo do escuro, mas deixando um restinho de luz entrar.
sentada na areia e olhando o mar...tão grande!
deixando o sol dourar seu rosto...
Você pode se imaginar ser criança pra sempre?
ouvindo a musica que não sabe de onde vem.
cantando sem mesmo conhecer a letra...fazendo seus dedinhos dançarem!
sorrindo....apenas no ritmo da canção que só você ouve.
Você pode se imaginar ser criança pra sempre?
conhecendo todas as histórias e seus finais felizes,
sendo a princesa do conto sem o dragão pra te assustar,
quase dormindo, pedir...- Conta mais!
Você pode se imaginar ser criança pra sempre?
e nunca mais...nunca mais, soltar da minha mão....

Luiz wood