domingo, 27 de maio de 2012


Entrelinhas e teu corpo, nu...e tão belo,
febre louca...
la fièvre folle
Entrelinhas , tão leve esse teu corpo,
tão pesadas as entrelinhas....
Meu corpo em febre, cabelos em ondas,
folia de corpo, tão lentas suas ondas...
Mon corps dans la  fièvre..
lenta a dança., lenta e bela….
como teu corpo nu....em entrelinhas
Danse lente, lente et belle...
tão bela...tão bela....
nu dans les lignes...
lenta a dança...lenta e bela...

Luiz wood

sábado, 26 de maio de 2012

Ainda trazia nas mãos toda a primavera que colhera pela vida.
Trazia também no olhar um brilho grande,
desses de farol, que poucas pessoas são capazes de trazer.
Era tanta luz que quando caminhava, os gira-sóis a acompanhavam, encantados...
Acho mesmo que ela era um vaga-lume que me lembro ter capturado quando ainda era um menino.
O peguei com as mãos em concha com todo o cuidado de quem segura o universo,
e coloquei aquela luzinha verde dentro de um pote de vidro vazio que roubei da cozinha quando todos dormiam.
Tenho certeza, certeza absoluta. Ela é o vaga-lume que iluminou meu quarto quando eu ainda era um menino.
E ela desce a ladeira todos os dias, trazendo nas mãos a primavera eterna.
O brilho do olhar e no sorriso, a lembrança do menino que fui...
E quando me beija, são esses os presentes que ela me dá....
A primavera, a luz verde e a criança que eu desconfio ainda ser!

Luiz wood
Apenas buscava. Na cidade vazia de um milhão de pessoas...de carros....e aviões lá no alto..... Com frio, mãos no bolso. Com saudades, cabeça baixa. A garoa fria.... a rua molhada...e seus olhos buscavam. Já caminhava por dias e mais quinze minutos.... Com frio, mãos no bolso. Com saudades, cabeça baixa. Olhava pelas vidraças...dentro do metrô lotado...e dos táxis velozes... Ansiava pela próxima esquina e atravessava a rua....molhada. Nada e ninguém...nessa cidade de milhões de pessoas... Com frio, mãos no bolso. Com saudades, cabeça baixa. Voltou pra casa.... Com frio, mãos no bolso. Com saudades, cabeça baixa. Luiz wood

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Lá no canto, quase jogada, a jukebox encanta os meus ouvidos. Apenas uma canção...apenas mais uma canção.... Tudo em volta move-se devagar, mas eu não tenho mesmo pra onde ir...nenhum lugar! No seu lugar ficou apenas a porta entreaberta, e agora, eu não tenho mesmo pra onde ir. Aqui nesse lugar as luzes são tão ruins, eu quase nem enxergo... As pessoas riem e a minha cabeça dói...ela dói demais... Eu ainda estou fumando um cigarro inventando anéis com a fumaça... E sob a luz da meia-noite o nosso fantasma ainda me assombra! Eu sei que vou viajar no velho trem e ir embora, a porta ainda esta entreaberta.... Seria contra todas as regras se você entrasse por ela novamente, E eu fico imaginando para quem a velha jukebox insiste em tocar velhas canções. Eu irei quando sentir vontade de ir, e beberei apenas quando sentir sede... E as únicas palavras que você deixou, elas nem precisam ser ditas! A porta continua entreaberta... Um Blues enrolado na minha cabeça... E lá no canto do bar, a jukebox toca uma velha canção que ninguém sequer se lembra mais! Luiz wood