sábado, 26 de junho de 2010

...feche os olhos!


feche os olhos!
vou te contar agora, o que nunca disse antes.
-Eu te amo!
Sei que você já me ouviu dizer isso à você, mas hoje é diferente, hoje estou levando meu coração de volta!
Hoje é o dia de dizer isso à você, pra que nunca mais se esqueça...é diferente, é só hoje que eu direi: Eu te amo!
Amanhã talvez seja demasiado tarde,
talvez o dia acabe, talvez a chuva desabe ou nos perderemos na multidão, quem sabe?
Amanhã, talvez não haja tempo, um trem partindo, um porto vazio, talvez não haja tempo!
vou então dizer hoje:
-Eu te amo!
nunca disse isso à você, não dessa forma, não assim, na despedida.
-Eu te amo!
feche os olhos!

Luiz wood

sexta-feira, 25 de junho de 2010

...amo seu vestido


O vestido dela era tão lindo, eu não conseguia parar de olha-lo, não conseguia parar de olha-lo, não conseguia...
Tinha tantas cores, um céu todo de cores, um sol sorrindo, uma lua encantada, era tão lindo, eu não conseguia parar de olha-lo, não conseguia parar de olha-lo, não conseguia...
Parecia cantar, tecido com musica, bordado em acordes, dedilhado com carinho no vestir, tão lindo, eu não conseguia parar de olha-lo, não conseguia parar de olha-lo, não conseguia...
O vestido dela sorria, jogava a cabeça pra tras e sorria, gargalhava apontando seu dedo na minha direção, tão lindo, e eu não consiguia parar de olha-lo, não conseguia parar de olha-lo, não conseguia...
Era quase um beijo de amor, abraçava, encantava, tão lindo, eu não conseguia parar de olha-lo, não conseguia parar de olha-lo, não conseguia...
não conseguia...saudades!
amo seu vestido...

Luiz wood

quinta-feira, 24 de junho de 2010

....começou poesia!


começou poesia, domingo e sol,
caricia,desejo e abrigo!
começou luz acesa, riso largo,sem medo,
volta, porta aberta e urgência!
começou sua voz, lágrima feliz e festa,
vestido lindo, sanidade e resistência!
começou sem escuro, vento e pé descalço,
sem pressa,vontades,tuas e minhas!
terminou silêncio, sombra e agonia,
fado, tango e...vazia!

Luiz wood

segunda-feira, 21 de junho de 2010

...astronauta só!


céu escuro...milhares,milhões de estrelas e nenhuma tem seu rosto...
astronauta só...
sou um astronauta vagando pelo espaço vazio e só...nenhuma tem seu rosto, nenhuma!
frio aqui...velocidade de luz, as estrelas passam velozmente e minha mente não enxerga....a tela esta vazia de você...sem tintas, sem cores, sem você!
apenas uma tela em branco...onde você anda? qual a cor?...restam cores tão cinzas..não resta mais nada...apenas as estrelas, mas nenhuma tem seu rosto!
astronauta só!
nenhum pedido, nenhum...embora as astrelas estejam aqui..nenhum pedido!
nenhuma tem seu rosto...tantas estrelas!
astronauta só!
apenas as estrelas, o espaço e a tela vazia!
e nada disso tem seu rosto!
astronauta só!

Luiz wood

segunda-feira, 14 de junho de 2010

....rosa!


...era a rosa,
um amor tão grande,
uma lâmina,tão afiada,
...era a rosa,
o nosso amor uma fome,
uma estrada e vamos,
...era a rosa,
um céu tão todo,
uma esperança tão nada,
...era a rosa,
uma alma com medo,
um dormir e não sonhar,
...era a rosa,
e somos nós,
tão sementes!

Luiz wood

domingo, 13 de junho de 2010

....o velho All!


Era noite ainda...
saímos andando, eu e o velho All nos pés, apenas nós e mais a noite.
na alma um velho blue e Janis, cantarolar espantava o frio, além das mãos nos bolsos, claro!
na estação o trem estava atrasado, sozinhos eu e o velho All nos pés...tanta liberdade e blues! ainda não sabia que liberdade é apenas uma palavra pra tudo o que se quer...um garoto de 15 anos ainda não sabe dessas coisas...eu ainda não sabia!
mas sabia da liberdade quando o trem chegou...pude finalmente dormir, o balançar do vagão dançava um blues...adormeci assim, embalado pelo blues do vagão...feliz e livre!
cidade estranha,névoa por toda parte...respirei fundo,acordei num dia de liberdade!
ainda não sabia que liberdade é uma cidade nova...ainda não sabia de muitas coisas...mas sabia de meus cabelos compridos...de blues e de mãos nos bolsos!
um cigarro...um sorriso...meus cabelos compridos e o velho All, nos pés!
a liberdade somos nós...eu e o velho All!
disso nós sabemos...eu e o garoto de 15 anos!
e o velho All....claro!

Luiz wood

...junho, é frio!


Os meses de junho são assim mesmo...frios!
Talvez por isso mesmo ele estava ali,em pé, esfregando as mãos num gesto absurdo mas eficaz....vez por outra, assoprava as mãos..gesto absurdo e ineficaz....apenas psicológico...apenas!
-Vai continuar ai deitado? - perguntou-me
-Vou! - respondi lacônico e sorridente, não queria conversa, não queria sair, não queria nada...apenas estar deitado.
-Absurdo! - virou-se e saiu!...não sem antes bater a porta.
O sorriso não desejado ainda não havia abandonado a boca, sorriso estático,quase uma cicatriz...
Machadianamente mantive-me ali, deitado, sorriso mantido apenas por falta de vontade de desfaze-lo....no frio, os meses de junho são assim mesmo...frios!
A porta batida ficara aberta, por ela entrou...em silêncio, absurdamente silenciosa, eu nem à vi...
Quando vi, ela estava ali...em pé...na minha frente,me olhando curiosa.
-É o poeta!
supôs
-É a morte!
supus.


Luiz wood

terça-feira, 8 de junho de 2010

....pensei!


Eu pensei que você teria todas as respostas!
que enfim, acalmaria meu coração exausto...que me faria descansar em um amor finalmente,ah! cama linda e generosa!
Eu pensei que talvez houvesse uma canção!
em alguma primavera perdida a flor fosse finalmente encontrada...
Eu pensei..
eu pensei que haveriam gestos, que haveriam afagos, e que nossas lágrimas fossem tão quentes, que nos aqueceriam na noites tristes...porque elas haveriam de vir...com certeza!
Eu pensei que talvez, enfim, o mundo fosse nosso, de cores quentes e gritadoras.
Mas as respostas não vieram...vieram os "mas"...
estes vieram e não se foram!
Fiquei sem as respostas...as nossas respostas!
mas eu apenas pensei!

Luiz wood