segunda-feira, 26 de julho de 2010

teu colo...e tantas flores!


Houveram noites em que o vento se fazia notar entre as arvores. Eram noites frias e violentas.
Com medo, eu sentava-me no teu colo e ignorava que nele, no seu colo, cresciam flores cultivadas pelas solidões do deserto. E você me olhava. Plácida como um pastor que guarda mais que rebanhos,guarda segredos dos campos.
Vê como estou largado no seu colo? Sou de novo menino que quer apenas ser embalado no seu colo até dormir, até sonhar.
Você me puxava pra dentro do teu colo, onde a nossa solidão gritava mais forte.
E quando o dia clareava e preenchia os seus olhos, você me sorria com a calma dos dias de inverno. O seu amor era estações...na primavera, os passaros pousavam nos seus olhos.
Eu levantei-me do seu colo e fui até onde as mãos tangem os ventos, como quem tange o gado. E na minha boca, o verbo existiu, como teu nome, como tua carne, como uma gramatica louca de loucos verbos.
Mas perdi o teu rosto.
Não sei se foi na latitude ou no pulsar das pedras à beira do córrego...não sei. Sabes?
E, se não fosse pouco, eu diria que flores nasceram do seu colo!

Luiz wood

Um comentário:

  1. ...não sei se poesia ou oração...
    mais sei que é lindo...

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