sábado, 9 de junho de 2012



Havia um homem que habitava um desses lugarzinhos no meio do nada.
Diziam que era uma cidade, uma cidadezinha de nome estranho, de casas pequenas, ruas estreitas e de terra....
Todos os dias esse homem olhava pela janela logo que o dia amanhecia, esfregava os olhos espantando o sono e tentado ajustá-los a luz do dia, olhos velhos e cansados sempre necessitam de ajustes. Então ele esfregava os olhos como as crianças costumam fazer...fechava o punho e o girava, suavemente nos olhos....Velhos e crianças precisam de ajustes de luz no olhos... Creio que seja a necessidade de olhos inocentes.
Apoiado no batente da janela poderia saber num instante como seria o dia.
Olhava pro alto da serra, se nuvens houvesse a chuva cairia forte...no mínimo um vento terral, daqueles que começam suaves e terminam violentos. Quando desviava seu olhar para o rio, se as aves voassem rasteiras nas águas tinha certeza que lá os peixes estavam nos seus afazeres de peixe...lentos..preguiçosos...acordados eternamente...Porem se voassem alto os pássaros, nenhum peixe haveria para se pescar...mas eles estariam tão lindos em vôos rasantes, tão lindos.
Mas havia um segredo que esse velho homem não compartilhava.
A verdadeira razão que olhava todas as manhãs pela janela é que esperava que ela voltasse pelo caminho de terra...
Um dia ela se fora.
Agora ele a espera, olhando pela janela....todas as manhãs.
As nuvens no alto da serra, os pássaros, os peixes preguiçosos eram apenas uma desculpa que dava ao seu coração esperançoso.
Uma manhã como outra qualquer, ele a viu subindo a rua de terra, seus olhos velhos mal podiam enxergá-la, mas seu coração sabia que era ela...um vestido branco, um jeito indolente de andar e a cor da pele tonteadeira.
Calmamente ele fechou a janela, preparou um café fresco e sentou-se na mesa e esperou que ela entrasse.
Ela abriu a porta, sentou à mesa e encheu a sua caneca de café fresco, cheiroso.
Sem nenhuma palavra ela sorriu.
Sem nenhuma palavra, sorriram.

Luiz wood

3 comentários:

  1. Que delicia de poesia, adoro ler voce...
    vou adorar sempre , e voce será sempre meu poeta...
    Poeta que conheci em um doningo de sol, cheio de cores e cheiros, de dança e carinho, de vinho e camisa branca sua e minha...
    bjs sempre

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