domingo, 28 de outubro de 2012


Era uma criança ainda e tinha o mundo todo em suas mãos.
Mãos tão pequenas e frágeis que seguravam um mundo todo, seguravam estrelas, um vôo qualquer, uma qualquer direção....
Quando anoitecia eu saia armado de uma redinha qualquer e um pote de vidro, daqueles de temperos, que a minha mãe me dava pra guardar os meus tesouros de criança.
E como um intrépido aventureiro, saia á caçar vaga-lumes...
Eram lindos e verdes, brilhavam tanto que era impossível eu me afastar deles e da luz que vinha deles. Bem que poderiam, pelo seu fascínio, chama-los de vaga-poesias....
Colocava-os delicadamente dentro do meu porta-tesouros antes tomava o cuidado de fazer furinhos na tampa....assim os sonhos podiam respirar.
Apagava a luz do meu quarto, e ficava olhando aquelas luzinhas todas.
Voando, querendo sair e conhecer o mundo.
Ando cada vez mais convencido que eram mesmo vaga-poesias....
Adormecia sonhando, e no dia seguinte, o vidro amanhecia vazio.
Alguém, pai ou mãe, entrava no meu quarto com cuidado (pra não espantar meus sonhos) e libertava as luzinhas mágicas...
Dormi muito tempo assim....olhando pros sonhos brilhantes...pras poesias que voavam e se acendiam quando a noite chegava.
Venha... quando a noite chegar te prometo um beijo e um vidro cheio de vaga-poesias pra você sonhar....

Luiz wood

Um comentário:

  1. Ah... só mesmo voce poeta para oferecer "vaga-poesias "
    Delicia...

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